Estrelas (de)cadentes
O verbo espoca-se feito camapu na boca da noite, a língua brada e o palavrão risca o céu de estrelas
(de) cadentes.
Horas mal ditas pelos poetas
da contemplação, assassínios da verdade, rompidas vide a insurreição das pregas da palavra
ao cuspir o pigarro que eles engolem para não perturbar a nostálgica aparência das coisas;
Vide o derramamento dos sentimentos
Há muito acumulados nos bueiros da existência e tapados pela tampa da rolha moral, fétida com o bafo do lobo do homem.
São dias de chuvas: o canal do beirol é mais alguém a desabafar suas secreções. Enquanto isso alguém comete a blasfêmia de tecer poemas sobre o pôr do sol, não vês que é um engodo a te encarcerar nos olhos?
Há que se falar que a boca do dia fede
E há remelas nos olhos das flores!
Sem nenhuma papa na língua,
o papo é furado e vês-se que a poesia está papuda: s(a)cuda, s(a)cuda, s(a)cuda, s(a)cuda...
Daniel Lima.
09.12.2019.
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